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Modernização dos portos capixabas: a hora é agora.

31
mar

Existem mais de 2 mil portos no mundo, desde aqueles com apenas um berço (espaço de atracação do navio) que movimenta algumas centenas de toneladas por ano, até os portos multitarefa que movimentam mais de 300 milhões.
No Brasil, temos 235 instalações portuárias, levando em consideração infraestruturas públicas e privadas, marítimas ou fluviais. No primeiro semestre de 2016, elas movimentaram 491 milhões de toneladas, segundo levantamento da Antaq. Essa quantidade de carga física que passou pelos portos cresceu 2,06% em relação ao primeiro semestre de 2015, mesmo em meio ao atual cenário interno de crise e retração econômica que se agravou no ano passado.
Com um total de sete portos distribuídos pelos 417 quilômetros de litoral, o complexo portuário do Espírito Santo é o segundo maior da América Latina e agrupa sete portos e terminais, entre públicos e privados, por onde circulam, em média, 25% das mercadorias que entram e saem do Brasil.
Dentre os terminais privados, o Terminal Portuário de Tubarão é o segundo maior em movimentação de cargas no Brasil, com 50,2 milhões de toneladas. Considerado o maior exportador de minério e pelotas do mundo, ele também movimenta combustível e grãos. Já entre os 37 portos públicos organizados no país, o nosso Estado ocupa a 10ª colocação, com 3 milhões de toneladas movimentadas. O que mostra uma boa posição no ranking nacional, mas capaz de crescer muito mais com os necessários investimentos na modernização de suas operações.
Problemas como rodovias sem conservação e duplicação; falta de vias de acesso amplas; porto público sem estrutura para receber embarcações de grande porte; entre outras carências, criam gargalos e atrasam o desenvolvimento dos nossos portos e do nosso Estado.
Lançado pelo governo federal, o Plano Nacional de Investimento em Logística, objetiva modernizar a infraestrutura do país. Ele reúne um pacote de concessões à iniciativa privada que envolve portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. Só para o setor portuário, o investimento privado previsto é de R$ 37,4 bilhões. Ao todo, serão 50 arrendamentos, 66 novos portos privados, os chamados TUPs, e 24 renovações de arrendamentos. Não podemos ficar de fora desse pacote que busca a modernização dos portos brasileiros e o alargamento indispensável desse gargalo no escoamento da produção nacional. A ação de governos municipais e estadual, bem como de nossa bancada política na Câmara e no Senado serão fundamentais para a busca de investimentos privados e federais, capazes de se somar aos esforços realizados pela iniciativa privada capixaba.

Marcos Henrique Lopes
Gerente executivo do Sindiopes